Novas evidências relacionam a obesidade à vários tipos de câncer.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) revisou diversos estudos epidemiológicos e concluiu que excesso de gordura corporal causa múltiplos tipos de câncer. Isso faz com que o excesso de gordura corporal seja o segundo fator de risco de câncer modificável mais importante após o tabaco.
Depois de uma rigorosa avaliação da força e validade dos estudos, 12 de 95 meta-análises foram julgadas para fornecer fortes evidência com base em seus critérios estatísticos. O resto dos estudos altamente sugestivas (18%), sugestivo (25%) e fraco (20%), enquanto 24% dos estudos não encontraram associação entre gordura corporal e Câncer.
Nove cânceres relacionados à obesidade foram apoiados por fortes evidências: Adenocarcinoma esofágico, câncer de cólon e retal (em homens), trato biliar e pancreático e câncer de rim, câncer endometrial (mulheres pré-menopáusicas), câncer de mama (pós-menopausa), e mieloma múltiplo. Uma associação positiva entre o IMC e câncer de fígado, ovário e tireoidiano foi altamente sugestivo ou sugestivo. Em análises adicionais comparando obesos versus peso normal, evidências fortes também mostravam aumento dos riscos de câncer gástrico e câncer de ovário.
Apesar de alguns aspectos deste estudo precisarem de cuidados com interpretação, a inevitável conclusão desses dados é a prevenção de excesso de peso, como medida para reduzir o risco de câncer; além disso, surgem evidências de que o excesso de gordura corporal no início da vida também tem um efeito adverso sobre o risco de câncer na idade adulta.
Por isso, e muito mais, a obesidade deve ser encarada de forma séria, combatida com a ajuda multiprofissional; lembre-se: a obesidade nunca é saudável se olharmos as complicações que ela traz ao longo da vida.
* Editorial de Park Yikyung, Colditz Graham A. Fresh evidence links adiposity with multiple cancers BMJ 2017; 356 :j908